quinta-feira, 8 de abril de 2010

Malcolm McLaren is dead

Malcolm McLaren, ex-empresário dos New York Dolls e dos Sex Pistols, morreu hoje aos 64 anos, vitimado por um câncer. Eu o entrevistei em 1995, quando trabalhava na revista BIZZ. Era um cara-de-pau? Certamente que sim. Roubou muita gente? Também. Mas era inteligente, sabia criar tendências e farejar sucesso e foi um dos mentores do punk rock. Em homenagem a ele, vou postar aqui a entrevista que fiz com Mr. McLaren

O que é Paris?
Paris é um cartão-postal em forma de música. Eu moro lá a alguns anos e sempre quis mostrar a sensação gostosa de viver naquela cidade.

É verdade que, nos Sex Pistols, você regulava até cerveja?
Sim, porque a banda nunca deu dinheiro! Eu tinha de bancar shows e discos e, se fosse pagar cerveja para eles, iria à falência!

Por que os Sex Pistols acabaram?
No primeiro ano eles não estavam nem aí. No outro, os Pistols queriam virar popstars. O que é muito difícil para uma banda que nunca passou do nº 180 das paradas.

Mas vocês receberam uma boa grana da EMI, por quebra de contrato...
Sim, os rapazes compraram belas casas com ela. Mas com o que sobrou, EU não consegui comprar uma casa para mim!

Você costuma ser taxado de picareta, fazendo uso de músicas dos outros para fazer sucesso. Como encara isso?
Os Rolling Stones chupam riffs de Cruck Berry! Chamam a gente de ladrões porque nunca colocamos nos créditos do disco: "Inspirado por Chuck Berry e Muddy Waters!"

O que o motivou a sair em carreira solo?
Eu não me sentia diferente em relação a outros artistas que empresariei. Mas tenho uma defesa: vários músicos famosos adoram o que eu faço.

E as acusações de que você meteu a mão na música africana, em Duck Rock (83)?
As músicas existe para ser descobertas. E, depois de mim, Paul Simon compôs com africanos e Peter Gabriel tem um selo de world music.

O que você achou de Graceland (86), o disco africano de Paul Simon?
Um dia Paul Simon me perguntou o que eu estava fazendo. E eu: "Você quer que eu diga o que estou fazendo para você copiar depois?"

E quanto a Peter Gabriel?
Ele disse que me odiava porque eu tratava músicas como gado. Respondi que não é muito diferente do jeito de Alfred Hitchock tratava seus atores.

Em que tipo de música você apostaria hoje?
Disco. Um dia eu estava em casa ouvindo Boogie Oogie Oogie, do A Taste Of Honey. Que canção maravilhosa!

Você já declarou que, da música clássica rock, todo mundo entrou nessa para ganhar mulheres. Você se considera satisfeito sexualmente?
É impressionante a quantidade de meninas e senhoras que compram o meu disco!

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